Eduardo Nasajon *
Pudemos observar, nos últimos 20 anos, um grande amadurecimento social, político e econômico em nosso país. Mudanças que começaram nos anos 90, frutos de políticas governamentais acertadas e que tiveram continuidade nos governos posteriores, colocaram o Brasil em uma posição de maior destaque no mundo. Pode-se gostar ou não do conceito da globalização, mas o fato é que atualmente o país está muito mais inserido no universo econômico das nações.
Em contraposição a leis protecionistas, reserva de mercado e outras práticas condenáveis e obsoletas, o Brasil aboliu proibições de importação, diminuiu tarifas e abriu o seu mercado para compra e venda de bens, serviços e tecnologia. Como resultado dessas ações, passou cada vez mais a atrair capital internacional que, ao contrário do passado - quando os recursos que chegavam eram meramente especulativos -, se transformou em novas empresas, novos negócios e maior relevância econômica.
E dentro dessa nova realidade, as práticas contábeis existentes deixaram de atender às novas demandas. O Brasil mais globalizado passou a ter que prestar contas a matrizes estrangeiras. Passamos a ter que demonstrar os números de nossas empresas em um formato que possa ser entendido por outras nações e, dessa forma, conseguirmos atrair mais investimentos.
A lei 11.638, sancionada nos últimos dias de 2007 e que vem sendo implementada ao longo dos últimos dois anos, vem justamente modernizar as demonstrações contábeis e inserir o Brasil em um clube com mais de 100 sócios que aderiram à IFRS (International Financial Reporting Standards) do IASP, instituto econômico baseado em Londres.
O objetivo dessas novas medidas contábeis é dar mais transparência, aumentar a produtividade, permitir uma comparação das demonstrações financeiras, reduzir ou eliminar o custo de se preparar demonstrações voltadas ao exterior, entre outros benefícios.
Em maio, acontece no Rio de Janeiro o maior evento contábil do ano, o "I Encontro Profissional de Negócios Contábeis", que tem como tema a "Análise Crítica da Convergência Internacional - O novo perfil da contabilidade e do contabilista". O momento é mais que oportuno, por conta da convergência da contabilidade brasileira com a internacional. Será uma grande chance de conhecer e analisar melhor os resultados dessas mudanças.
O Brasil mudou para melhor e a contabilidade teve que acompanhar essa transformação. É cada vez mais necessário dotar as empresas de ferramentas modernas e práticas que permitam o crescimento, o desenvolvimento e a participação no jogo global. E é sempre bom constatar que algumas medidas estão contribuindo para diminuir o indesejável "Custo Brasil".
* Eduardo Nasajon é diretor de tecnologia da Nasajon Sistemas (www.nasajon.com.br)