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Há 72 anos, no dia 22 de setembro de 1945, através do Decreto-Lei nº 7.988, foi criado o curso de Ciências Contábeis, para formar contadores.
O Contador é quem insere as pessoas jurídicas no mundo dos negócios, validando as suas demonstrações contábeis extraídas do registro de todos os seus atos de gestão. É ele, ainda, que orienta os agentes econômicos e sociais, em termos econômicos, financeiros e patrimoniais, para protegê-los de riscos futuros decorrentes de má gestão, e que examina os atos de gestão para tirar conclusões, quer através de perícia, quer de auditoria.
Além disso, por ser responsável pelos resultados econômicos e financeiros, ele pode deixar as pessoas jurídicas mais ricas ou mais pobres com uma mera mudança de critério contábil, e, também, em razão desta mudança, alterar os índices financeiros, atribuindo maior ou menor risco de solvência. Sendo assim, o Contador exerce uma função social de grande relevância e suas atividades devem ser executadas com muita ética e zelo.
Quanto mais segurança se puder proporcionar aos contadores no exercício de suas atividades, mais desenvolvimento social e econômico se terá, além de menos corrupção, pois são eles que transformam todos os atos de gestão em informações contábeis e que apuram os resultados econômicos e financeiros dos agentes econômicos e sociais.
Tecemos estas considerações esperando evocar uma reflexão mais profunda junto à comunidade contábil. Por que é que uma profissão com tanta responsabilidade e importância ainda não alcançou o respeito e a valorização profissional? Será que não está na hora de se mudar a forma de gerir a profissão contábil?
A profissão de Contador existe há 72 anos e a sociedade necessita que ele assuma uma postura mais proativa, através de suas entidades de classe, auxiliando os agentes econômicos e sociais no desenvolvimento de suas atividades e no combate à corrupção.
Em função de sua importância para os agentes econômicos e sociais, o Contador público pode ser um forte aliado no combate à corrupção e à malversação de recursos nos órgãos em que ele atua. Mas, para isso, é necessário fazer com que este profissional esteja menos subserviente ao agente que gasta e mais a serviço de quem paga os tributos, transformando este cargo em uma função de Estado, e não de Governo.
Salézio Dagostim é contador; pesquisador contábil; professor da Escola Brasileira de Contabilidade (EBRACON); autor de livros de Contabilidade; presidente da Associação de Proteção aos Profissionais Contábeis do Rio Grande do Sul - APROCON CONTÁBIL-RS; presidente da Confederação dos Profissionais Contábeis do Brasil - APROCON BRASIL; e sócio do escritório contábil estabelecido em Porto Alegre (RS), Dagostim Contadores Associados, à rua Dr. Barros Cassal, 33, 11º andar - salezio@dagostim.com.br.
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