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Apesar da pandemia, número de abertura de MEI bate recorde

Em 2020 foram mais de 2 milhões de novos registros de microempreendedores

Autor: Flávia VianaFonte: A Autora

A pandemia de COVID-19 não foi o suficiente para afetar a curva de crescimento dos registros de Microempreendedor Individual (MEI). Em 2020, o país registrou mais de 2,6 milhões de novos MEI, a maior marca dos últimos cinco anos, de acordo com levantamento do Sebrae.

O setor de Comércio Varejista de Vestuário e Acessórios foi o mais popular entre os pequenos empreendedores em 2020, tendo 180 mil novos registros. Em segundo lugar fica Promoção de Vendas, com 140 mil novos MEI, seguido de Cabeleireiros, Manicure e Pedicure, com 131 mil. Fornecimento de Alimentos para Consumo Domiciliar e Obras de Alvenaria também tiveram mais de 100 mil registros, sendo que todos esses setores também dominaram no ano de 2019.

Mesmo com os números em alta, a pandemia certamente afetou vários setores, como podemos notar ao comparar os registros de 2020 com os de 2019. O setor mais registrado no ano retrasado foi o de Cabeleireiros, Manicure e Pedicure, que teve uma queda de quase 20% em 2020 e acabou ficando em terceiro lugar, certamente por causa do isolamento social.

Apesar de o setor de Comércio Varejista de Vestuário e Acessórios ter crescido 15% e ficado em primeiro lugar, quem atingiu o maior crescimento foi o de Transportes, subindo 86% se comparado com 2019. Outros setores de destaque foram os de Restaurantes e Similares, com aumento de 59%, Fornecimento de Alimentos para Consumo Domiciliar, com 48%, e Comércio Varejista de Bebidas, com 41%.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Global Entrepreneurship Monitor (GEM) em parceria com o Sebrae, a previsão é de que o Brasil não demore para bater um novo recorde de empreendedorismo, com 25% da população adulta abrindo seu próprio negócio ou ingressando em uma empresa com até três anos e meio de atividade. A surpresa foi que os números já ficaram muito próximos dessa projeção, mesmo com as dificuldades impostas pela pandemia.

A população brasileira já tem um histórico de recorrer ao empreendedorismo em tempos de crise e recessão econômica, algo que ficou evidente entre 2014 e 2016. Com o índice de desemprego aumentando, muitas pessoas começam a trabalhar por conta como uma forma alternativa de gerar renda.

2020 trouxe ainda mais desafios que as crises anteriores, já que a pandemia de COVID-19 afetou diretamente muitos negócios pequenos, inclusive forçando alguns a fecharem as portas. Porém os números do MEI mostram que as pessoas estão dispostas a continuar empreendendo, mesmo com as diversas dificuldades apresentadas ao longo do ano.

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