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"Na crise, nos tornamos ainda mais responsáveis por levar palavras de otimismo e de esperança para o futuro", expõe o CEO do Instituto LIVRES
A pandemia escancarou a desigualdade social no Brasil. Passando-se mais de um ano pela pior crise sanitária e econômica vivida pelo país, cada vez mais, o cenário de fome, desemprego e pobreza atinge níveis assustadores.
“Em 2019, o nosso país já registrava graves problemas sociais ao aparecer como o sétimo país mais desigual do mundo, no relatório de desenvolvimento humano divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, o PNUD. Agora, com o prolongamento da pandemia, infelizmente, a situação se agravou mais e, muito rapidamente”, disse o CEO do Instituto LIVRES, Clever Murilo Pires.
Em 2020, logo no segundo trimestre, a desigualdade de renda já batia recorde no país. Utilizando o Gini - índice que monitora a desigualdade de renda em uma escala de 0 a 1, o Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV Social) revelou que o Brasil registrou 0,6257 pontos.
Esse resultado faz parte do estudo “Efeitos da pandemia sobre o mercado de trabalho brasileiro” e vale lembrar que, quanto mais próximo de 1, maior é a desigualdade.
Driblando essa situação, mesmo enfrentando dificuldades em manter os serviços em pleno funcionamento, por conta da queda no recebimento de doações, a atuação das Organizações da Sociedade Civil, as OSCs, tem sido essencial para a assistência social e sobrevivência de muitas famílias.
“Por conta da grave crise, houve um aumento significativo número de pessoas que necessitaram do suporte das entidades assistenciais, pois muitos chefes de família perderam o seu emprego ou precisaram fechar os seus negócios, por conta das medidas de prevenção contra a proliferação do vírus”, pontuou Clever.
Reforçando ainda mais isso, outros dados divulgados também pela FGV revelaram que, entre agosto de 2020 e fevereiro de 2021, cerca de 17,7 milhões de pessoas voltaram à pobreza, passando de 9,5 milhões (4,5% da população) para 27,2 milhões em fevereiro (12,8% da população).
Ações que salvam vidas e geram ensinamentos para o futuro
Chegando aonde o poder público ainda não conseguiu prover o suporte necessário, o Instituto LIVRES uniu forças com parceiros para ajudar a população do sertão do Piauí a passar por esse período com menos desconforto, com atendimento às necessidades básicas. O resultado dessa ação repleta de dedicação foi a arrecadação de toneladas de alimentos, cestas básicas, água, caminhões pipa e máscaras, entre outros itens.
“A nossa atuação é focada no atendimento de famílias e comunidades que sofrem com a escassez de água, a extrema pobreza e altos índices de vulnerabilidade social no sertão. Além da sede e da fome, questões relacionadas ao caráter de higiene e limpeza - tão priorizado no combate ao coronavírus - também têm sido um grande desafio para essas pessoas. Com certeza, o trabalho das nossas equipes está salvando vidas”, comentou Pires.
Por conta das aflições e incertezas sobre o futuro, de acordo com o CEO, a equipe também tem se atentado para as questões relacionadas a depressão, ansiedade e outras doenças mentais, consideradas graves consequências da pandemia. “Acredito que não só no LIVRES, mas todas as instituições do terceiro setor têm, como principal pilar de suas ações, o amor pelo próximo. Hoje, a nossa missão vai muito além de itens para a sobrevivência. Nos tornamos agentes responsáveis por levar palavras de otimismo e de esperança para o futuro pós-pandemia dessas famílias”, disse ele.
Com as aulas presenciais paralisadas como medida sanitária durante o período inicial da pandemia, a educação também foi um quesito priorizado pelo Instituto, que recebeu a doação de livros infantis. “Sabemos que os prejuízos relacionados à paralização das aulas terão consequências graves na rotina de crianças e adolescentes. O que mais nos alegra em poder levar doações relacionadas à didática e que visam fortalecer o aprendizado é saber que as sementes serão plantadas hoje, mas os frutos serão colhidos no futuro, beneficiando a sociedade como um todo”, finalizou o CEO do Instituto LIVRES.
Sobre o Instituto LIVRES
O instituto LIVRES é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos, que atua desde 2006 de forma efetiva para a transformação da vida de pessoas e comunidades em situação de vulnerabilidade e alto risco.
Em 2005, sensibilizado com a realidade do tráfico e exploração infantil, Juliano Son gravou um CD com o propósito de promover e apoiar financeiramente projetos e ações que resgatam crianças desse sistema de violência e injustiça. Desde então, tem anunciado as injustiças e mazelas da nossa sociedade, bem como as oportunidades para que essa realidade seja transformada.
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