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As práticas de governança ambiental, social e corporativa, conhecidas pela sigla ESG, do inglês, estão mudando as estruturas e o dia a dia das empresas brasileiras. Prestes a completar 20 anos, a sigla, cunhada em 2004 em uma publicação do Banco Mundial, estabeleceu as bases do investimento sustentável.
Tornou-se, também, espécie de selo de garantia para o mercado, para consumir produtos ou investir em corporações socialmente conscientes, sustentáveis e geridas com responsabilidade. Ainda assim, embora existam indicadores propostos por associações de empresas e consultorias, ainda não há regras padronizadas ou legislação específica para as práticas ESG. Ou seja, o conceito ainda pode ser difuso, nem sempre fácil de acompanhar ou medir.
É chegado o momento de criar um conjunto universal de regras e indicadores, com parâmetros a serem usados tanto por empresas como por consumidores, para avaliar o nível ESG das corporações?
A pergunta também foi feita pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que apresentou a proposta Prática Recomendada 2030, para que organizações, “independentemente de porte ou setor, identifiquem o seu estágio de evolução em relação aos critérios ESG.” É um trabalho feito de forma conjunta com a International Organization for Standardization (ISO), a Organização Internacional de Normalização.
O documento, a ser lançado em 2023, pretende normatizar, no campo de ESG, os indicadores e as práticas ambientais, sociais e de governança em atividades econômicas e de organizações, no que diz respeito à terminologia, aos requisitos e objetivos.
Estabelece, ainda, um modelo de avaliação, com uma escala de cinco níveis, que permite à organização identificar seu estágio em relação a um determinado critério ambiental, social ou de governança e estabelecer metas para avançar.
Será, sem dúvida, importante referência para as empresas, em especial as pequenas e médias, que poderão medir e comparar seu nível de aderência a mais de 40 critérios ESG adotados pela ABNT.
Empresas com boas práticas de ESG tem a preferência dos clientes, corem menos riscos de enfrentarem problemas jurídicos e ações por impactos ao meio ambiente. Além disso, pesquisa da Bloomberg estimou que a agenda ESG deve atrair US$ 53 trilhões em investimentos no mundo, até em 2025. Será bom saber em que estágio se encontra, não é?
*Izabela Rücker Curi é sócia fundadora do Rücker Curi Advocacia e Consultoria Jurídica e da Smart Law, startup focada em soluções jurídicas personalizadas para o cliente corporativo
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Atualizado em: 22/11/2024 18:59 |