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Atualmente, menos de 1% da rede elétrica no Brasil é subterrânea, com São Paulo tendo apenas 60 quilômetros de cabos aterrados, enquanto cidades como Rio de Janeiro e Belo Horizonte têm 11% e 2%, respectivamente. Em contraste, cidades como Londres e Paris começaram a enterrar seus fios no século XIX e hoje possuem grande parte de suas redes no subsolo, com Londres em andamento para tornar todo o sistema subterrâneo. Nova York já possui 71% de seu cabeamento enterrado, e Buenos Aires vem avançando na substituição desde a década de 1950.
Crivella enfatiza que o debate sobre a privatização do setor de energia, que voltou a ganhar força, precisa ser ampliado. "Creio que é fundamental irmos além e focarmos na raiz do problema", destacou. Para ele, o maior desafio está na fase de distribuição, onde a maioria das redes ainda é aérea, com cabos e transformadores expostos às condições climáticas severas, como as tempestades violentas que têm se tornado mais frequentes.
O deputado defende que a solução mais eficaz para evitar apagões e garantir um fornecimento seguro de energia a longo prazo é a implementação de redes subterrâneas. Ele relembra que, em 2011, apresentou o Projeto de Lei nº 37, que obrigaria as concessionárias de energia a substituir as redes aéreas por subterrâneas em cidades com mais de 100 mil habitantes. "Infelizmente, o projeto foi arquivado, mas se tivesse sido aprovado à época, hoje contaríamos com uma rede de distribuição mais segura e eficiente", lamentou Crivella.
A realidade, no entanto, ainda está distante desse ideal. Apenas 0,4% da rede elétrica no Brasil é subterrânea. São Paulo, por exemplo, que possui mais de 43 mil quilômetros de linhas de distribuição sob concessão da Enel, necessitaria de grandes investimentos para implementar esse sistema. A Prefeitura de São Paulo estima que o custo para enterrar a rede apenas na região central seria de aproximadamente R$ 20 bilhões. "Os benefícios, no entanto, justificam os altos custos. Além de evitar apagões, o sistema subterrâneo reduz o furto de energia e cabos, melhora a segurança pública e gera economia a longo prazo", explicou Crivella.
O deputado reforça que a crise atual deve servir como um alerta para a necessidade urgente de investimentos em infraestrutura. "Precisamos de uma rede de distribuição à altura dos desafios impostos pelas mudanças climáticas e que assegure um fornecimento de energia estável e seguro para todos", concluiu Crivella.
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