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Nos últimos anos, temos observado uma mudança profunda nos serviços financeiros no Brasil, impulsionada pelo avanço das tecnologias e pelas novas regulações promovidas pelo Banco Central, com destaque para o sistema de Open Finance. Esse modelo permite que consumidores compartilhem suas informações financeiras com outras instituições, de forma segura e transparente, criando um ecossistema bancário mais acessível e competitivo.
Em dezembro de 2023, mais de 42 milhões de brasileiros tinham consentimentos ativos para o compartilhamento de dados financeiros entre instituições, segundo dados da Open Finance Brasil. Esse número cresceu para mais de 47 milhões em junho de 2024, evidenciando a crescente adesão ao sistema. Além disso, o Open Finance acumulou mais de 29 milhões de clientes únicos desde seu lançamento em fevereiro de 2021, com expectativas de atingir 60 milhões até 2025, conforme apontam as perspectivas do Banco Central.
Esse movimento não é apenas um avanço tecnológico, é também um motor de inclusão financeira. Em um país como o Brasil, onde milhões de pessoas ainda têm acesso limitado aos serviços bancários tradicionais, a possibilidade de tornar esses produtos mais disponíveis e personalizados representa um progresso significativo. A inclusão financeira, tema urgente e fundamental para o desenvolvimento social e econômico, encontra nesse sistema um aliado poderoso para superar barreiras estruturais que historicamente impediram grande parte da população de acessar serviços financeiros de qualidade.
A transparência é um dos princípios centrais dessa transformação. Ao permitir que o consumidor seja o protagonista dos seus dados, promove-se uma mudança de paradigma no relacionamento com as instituições financeiras. No modelo tradicional, o acesso a um histórico financeiro completo, como movimentações e pagamentos, fica restrito a poucos bancos, limitando a capacidade dos clientes de buscar melhores condições ou adaptar os produtos que utilizam.
Nesse novo cenário, a trajetória financeira de cada cliente pode ser compartilhada com qualquer instituição autorizada, democratizando o acesso a ofertas que atendam suas necessidades individuais. Isso permite que, por exemplo, pequenos empreendedores obtenham crédito com condições e taxas mais favoráveis, com base em sua movimentação financeira real, independentemente de sua relação com o banco principal. Esse é um passo essencial para ampliar a competitividade no setor e reduzir a concentração bancária, que ainda é um desafio no Brasil.
Esse modelo também desempenha um papel crucial na inclusão de populações desbancarizadas e sub-bancarizadas, como aquelas que têm contas, mas não as utilizam plenamente para realizar transações. Estudos indicam que uma parcela significativa da população não possui acesso completo ao sistema bancário, muitas vezes devido a dificuldades de mobilidade, à complexidade dos produtos oferecidos ou à falta de opções adaptadas ao seu perfil de renda e histórico de crédito.
Ao abrir o acesso a novos serviços e produtos, as inovações trazidas por esse sistema permitem que essas pessoas sejam atendidas por instituições menores e mais especializadas, que podem oferecer soluções financeiras adaptadas às suas realidades. Fintechs e bancos digitais, por exemplo, estão se destacando nesse sentido, criando produtos que atendem a necessidades específicas, como crédito com juros menores, contas digitais sem custo de manutenção e opções de microinvestimento, que permitem a mais pessoas o acesso à educação financeira e à formação de patrimônio.
A inovação também contribui para reduzir os custos operacionais das instituições financeiras, que podem repassar essa economia ao cliente final. Ao simplificar o processo de concessão de crédito e de análise de risco, as instituições conseguem oferecer produtos mais acessíveis e taxas mais competitivas, permitindo que consumidores e pequenos empresários possam empreender, planejar e construir seus objetivos financeiros de forma mais eficaz.
Além disso, essa nova dinâmica amplia a educação financeira. Ao proporcionar ao consumidor uma visão mais ampla e integrada dos produtos disponíveis, estimula uma compreensão mais profunda do sistema financeiro e de como usá-lo em benefício próprio. Cada vez mais, as pessoas têm acesso a informações para comparar produtos, entender taxas, aprender sobre planejamento financeiro e, consequentemente, fazer escolhas mais informadas.
O futuro do Open Finance e a necessidade de uma regulação responsável
Para que essa iniciativa continue sendo um motor de inclusão financeira, é essencial que exista um ambiente regulatório robusto e responsável, que proteja o consumidor e incentive a inovação. O Banco Central tem desempenhado um papel exemplar ao criar um ambiente seguro para que as instituições possam operar e ao definir padrões de segurança para o uso dos dados dos consumidores.
No entanto, o êxito desse ecossistema depende também do compromisso das instituições financeiras e de seus gestores. É preciso adotar uma visão de longo prazo, investindo em soluções que ampliem o acesso aos serviços financeiros e garantam a segurança e a privacidade dos dados dos clientes. Somente assim conseguiremos criar um sistema bancário mais justo, inclusivo e acessível a todos.
Essa transformação representa uma verdadeira revolução no sistema financeiro brasileiro, com potencial de ampliar de forma significativa a inclusão financeira no país. Ao promover transparência, personalização e competitividade, abre portas para milhões de brasileiros que ainda não têm acesso completo aos serviços bancários.
É nossa responsabilidade, enquanto líderes e inovadores, garantir que o sistema seja acessível, seguro e eficiente para todos. Dessa forma, estaremos não apenas respondendo às demandas de um mercado financeiro moderno, mas contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e democrática, onde todos tenham a oportunidade de prosperar financeiramente.
*Bruno Moura é diretor de negócios e marketing da klavi Open Finance, empresa líder que oferece soluções inovadoras baseadas em Open Finance e Open Data, contribuindo para um mercado financeiro mais democrático e competitivo.
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