Compliance e governança ganharam força dentro das organizações nos últimos anos. Esse movimento tem mostrado uma preocupação crescente das empresas com os desafios impostos por um mercado cada vez mais exigente em relação à conduta, transparência, ética e responsabilidade social das empresas.

A sexta edição da pesquisa realizada pela KPMG, em outubro de 2024, com 106 corporações, intitulada “Maturidade de Compliance no Brasil”, mostrou que a cultura de compliance foi reforçada pela alta direção em mais de 80% das organizações, um aumento de 20% na comparação com 2015 – ano da primeira publicação do estudo.

Outro dado apontado na pesquisa é sobre o direcionamento da preparação dos colaboradores, por meio de treinamento e comunicação. Em mais de 80% das organizações, um plano de treinamento e comunicação foi colocado em prática, com foco em: compliance, anticorrupção, ética e conduta, relacionamento com agentes públicos, lavagem de dinheiro, segurança cibernética e gerenciamento de riscos.

A Trevisan Escola de Negócios, que oferece cursos customizados in company nas áreas de compliance e governança, tem percebido a valorização dessas áreas pela maior procura de seus cursos por parte das empresas e instituições, dos mais variados segmentos econômicos, como Assaí, Riachuelo, Nuclea, Caixa Econômica Federal, Fundepag (Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa do Agronegócio), CNAC (Confederação Nacional de Auditoria Cooperativa), Controladoria Geral do Estado de São Paulo e Zamp (Burger King), localizadas em diferentes estados do País.

Nos dois últimos anos, aproximadamente 1.500 pessoas fizeram os cursos in company da instituição, um aumento de 25% em relação aos anos 2021 e 2022. Os temas com maior demanda foram: investigação de fraudes, PLD (Prevenção à Lavagem de Dinheiro), gestão de risco, compliance e governança corporativa.

Para Fernando Trevisan, diretor-geral da instituição, as empresas estão cada vez mais conscientes que as boas práticas de governança e compliance são ferramentas indispensáveis para garantir a sustentabilidade dos negócios e fortes aliadas na consolidação dos pilares ESG (ambiental, social e governança). O executivo ressalta que a adoção de programas nessas áreas, atualmente, são imperativos para as boas relações com clientes, parceiros de negócios e autoridades reguladoras.

Conformidade regulatória

Algumas inciativas regulatórias têm levado a um maior comprometimento das organizações em relação ao tema. Fernando Trevisan cita a Lei nº 12.846, conhecida como Lei Anticorrupção, que em janeiro completou 11 anos desde sua entrada em vigor. A norma traz a responsabilização objetiva, tanto na esfera civil quanto administrativa, de empresas envolvidas em atos lesivos contra a administração pública, nacional ou estrangeira, e que incentivou as empresas a adotarem políticas internas de compliance.

Mais recentemente a Controladoria-Geral da União (CGU) sinalizou a ampliação do conceito de integridade corporativa, contemplando elementos que vão além da conformidade legal, como responsabilidade social e respeito ao meio ambiente.

Para as empresas que já aderiram ao Pacto Global da ONU, Trevisan lembra que o combate à corrupção é um de seus pilares, estabelecendo mecanismos e indicadores que incentivam ações voltadas para o combate à corrupção. “Mais que obrigações regulatórias, essas medidas garantem vantagens competitivas por meio da sustentabilidade, da ética e da governança”, destaca o diretor geral da Trevisan Escola de Negócios.